28/07/2017

Post #20 - Uma pausa: muda tudo!

No início eu dei uma aula de como as pessoas tem que ser da melhor maneira possível. Hoje eu só quero compartilhar o meu verdadeiro eu. Eu não sou da melhor maneira que poderia ser.

Post #19 - Pra que servem os Fantasmas?

Ouço fantasmas. Eles não estão do lado de fora, estão do lado de dentro da minha cabeça. Não escuto coisas novas, escuto coisas que ja foram ditas. Coisas que me incomodam. Às vezes me pego respondendo esses fantasmas. Nesses momentos eu me vejo argumentando, me defendendo e até atacando. O meu humor se transforma. Me vejo irritado. São lembranças de críticas negativas, desaforos, injustiças, mal entendidos, julgamentos errados que eu sofri e não pude me defender. O problema é quando sou pego de surpresa, fico intimidado e não sei como reagir. Fico sem resposta. Eu que achei a minha vida inteira que era um cara tímido quando na verdade eu sou intimidado. Dizem que quando alguém tem algo para evoluir é então que a vida oferece desafios que só conseguirão ser superados se a pessoa desenvolver o que é necessário. Tenho como exemplo o ser humano que tem como característica a impaciência, este terá muitas filas longas para enfrentar no seu caminho. Você pode perceber que quando se supera verdadeiramente alguma dificuldade causada por algum acontecimento ruim recorrente, nunca mais o mesmo acontece. É como uma lição aprendida. Eu já superei muitas coisas, mas ainda tem muita coisa pela frente para superar. A lista é enorme, mas sinto-me como se tivesse na metade do caminho. 
E sobre os fantasmas, não tem nada a ver com sobrenatural, pelo contrário, são coisas bem reais. Essas pessoas existiram, disseram essas coisas que continuam ecoando na minha mente até hoje. Não é sempre que acontece.
Eu tento matar esses fantasmas. Não dou ouvidos ao que eles dizem, mas eu só me dou conta depois que já estou conversando com eles. Esses dias eu tava lembrando de um amigo que costumava criticar o meu comportamento, dizendo que eu era lento. Eu não sei porque raios eu decidi dar importância a ele. Enfim, eu dei e talvez esteja dando importância até agora, senão eu já teria esquecido. "Lento é você", respondo quando lembro do que ele me disse. "O mais importante não é a velocidade, e sim a direção". De que adianta ser rápido, mas não se enxergar preso diante de um problema. Ha dez anos esse meu amigo tenta consertar os outros, mas usando a sua própria cartilha. Ha dez anos eu vejo esse meu amigo reclamando sempre das mesmas coisas. Conserte-se, não os outros!
Eu queria me consertar. Não querer ser aquilo que não se gosta de ser, será que este é o problema? Eu não gosto de ser tantas coisas. Não gosto de ser inseguro. Será que eu tenho que deixar de ser inseguro ou tenho que ser inseguro com convicção para descobrir o motivo de possuir essa característica vendo o que ela trás de bom na minha vida? Será que depois dessa descoberta eu deixarei de ser inseguro ou continuarei sendo inseguro sem enxergar que sou porque isso deixou de ser um problema?
Será que o problema não é ter características ruins, mas identificar essas características como ruins?


22/07/2017

Post #18 - E aí, Qual é a boa do fim de semana?

Quando chega o fim de semana eu tenho uma forte tendência em assumir o papel de princesa. Deixa eu explicar. Eu, no meu mundo encantado, acreditando que vou receber um convite caído do céu para um programa romântico com alguém interessante. 
Desde os meus 15 anos eu sonho acordado com um amor. Sou MUITO carente, atualmente eu penso nisso pelo menos uma vez por dia. A minha sorte é que minha carência não é maior do que o fato de eu ser seletivo, senão eu seria mais uma daquelas que pessoas que namoram com qualquer um idiota somente para não ficarem sozinhas. Infelizmente eu conheço muita gente cujo o lema é "Antes mal acompanhado do que só". Como eu vejo amigos que aceitam defeitos imperdoáveis em seus parceiros somente porque não conseguem ficar sozinhos. 
Eu procuro ser muito honesto comigo mesmo. Demonstro isso ao admitir coisas em mim de que eu não tenho nenhum orgulho, como ser carente e o fato de sonhar com o meu reino encantado quando se trata da minha vida amorosa. 
Na lista das minhas confissões do dia tem mais uma coisa a dizer. Vou admitir que preciso que o outro me dê segurança com as suas palavras e ações. É por isso que eu não consigo conviver com pessoas incoerentes com palavras e atitudes, prometem mas não cumprem, falam uma coisa e fazem outra e etc. Cheguei a conclusão que esse tipo de comportamento nos outros me incomoda porque eu não sei o que eu posso esperar da pessoa. Não saber o que esperar do outro é horrível. Por exemplo: Se um determinado amigo é instável, que muda de opinião várias vezes, então eu já sei que NÃO posso contar com ele para coisas mais sérias. Continua a amizade, sem esperar muita coisa em troca. Agora como namorar alguém que some por dias e depois reaparece, que deixa dúvidas, que não responde, que não sabe o que quer, que vai dizer algo como "deixa rolar"? Não tenho estrutura emocional pra deixar rolar.
Eu acho que esse é o lance. Ninguém precisa ser perfeito pra mim, ninguém precisa ser do jeito que eu espero que seja, apenas precisa se comunicar bem sobre o que realmente é e o que realmente quer. 
Agora falando do mundo líquido em que vivemos, de que as coisas não são duradouras, de que tudo vem e vai mais rápido, neste mundo ninguém esta dando essa segurança pra NINGUÉM. E agora?
Sim, eu sei que isso é errado querer ter controle sobre as situações da vida. É impossível.
Na teria do mundo líquido, quando alguém quebra um celular, em vez de conserta-lo se compra um novo. Nas relações entre as pessoas acontece a mesma coisa, quando pessoas não entendem algo no outro, não concordam com algo no outro, entram em desacordo, em vez de tentar consertar a situação com um dialogo ou fazendo alguma concessão, trocam de pessoa como trocam seus celulares quebrados. 
Será que eu já fui assim? Devo ter sido pelo menos alguma vez na vida. Não posso reproduzir a atitude que eu reprovo. Vou prestar atenção na forma com que eu me relaciono com as pessoas. 
Prefiro estar no comando para não me machucar, gosto de conduzir as coisas para não se frustrar. Só que existe um conflito entre a pessoa que gosta deste controle com a pessoa que assume o papel de princesa. Princesas estão no controle ou estão sempre dependendo da atitude do principe encantado? Essa é uma pergunta retórica.
Então eu decidi ser mais príncipe, tomar mais atitude, correr atrás do que eu quero. No fundo, a princesa esta lá, adormecida, mas agora tem um principe sempre atuando num plano B. Atuando numa saída para lidar melhor com as frustrações.
E aí, qual é a boa do fim de semana? Sou eu mesmo que tenho que saber.

Post #17 - Você se aceita como é?

A minha terapeuta perguntou se eu me aceitava como gay. Fiquei tão chocado com a pergunta que eu não soube o que responder na hora. Então ela deu essa pergunta como lição de casa. Em alguns terapeutas pedem que seus paciências pensem em um determinado tema que eles consideram relevante diante de tudo que ouve da própria pessoa. 
Na semana seguinte eu cheguei para a consulta não muito convicto da minha resposta. Na verdade, nunca pensei que orientação sexual fosse uma opção para a própria pessoa aceitar ou não aceitar, mas sim conviver com ela. Uma vez que eu sempre soube que minha orientação de homossexual jamais poderia ser mudada, então de que adiantaria não aceita-la? Eu convivo com isso.
Agora não vou negar um pensamento que eu sempre tive a respeito disso: Como a minha vida seria mais fácil se eu fosse hétero, sempre acreditei que eu seria mais feliz se fosse hétero. No inicio, quando comecei a me entender por gente achava que seria mais fácil não ser gay por conta da questão do bulliyng que eu sofri na adolescência. Depois que a fase do bulliyng passou, continuei acreditando que seria mais fácil por conta da minha vida amorosa não existente. 
Eu sempre considerei que tivesse um perfil perfeito para qualquer mulher. Sou romântico, educado, preocupado, interessado, aberto ao diálogo, carinhoso, atencioso entre outras coisas tão fofas que qualquer garota sensível apreciaria bem mais do que somente aparência física. Já no meio gay, ou melhor, no mundo dos homens, aparência é o item número 1 da lista. 
Só que de uns tempos pra cá eu comecei a repensar tudo isso. Repensar em tudo que poderia ter sido e não é, repensar que poderia ser pior. Questionar essa teoria de sempre acreditar poderia ter sido melhor. Como eu poderia saber? Não poderia ser pior do que é? Sim, é claro! E é desse jeito que eu tenho pensado ultimamente. Eu já não consigo mais afirmar com tanta certeza que eu seria mais feliz se eu fosse hetero. Nem todo hetero é mais feliz simplesmente pelo fato de ser hetero. Fico apenas com a certeza de que a minha vida seria um pouco mais fácil, mas não mais feliz. Não é porque a vida de algumas pessoas é mais fácil que elas são mais felizes. Hoje em dia eu não me importo mais com isso. Eu só me importo em ser feliz. Então foi isso que eu respondi. E pude ver um sorriso sincero no rosto dela.