15/02/2022

Post #29 - O retorno

Após 4 anos, resolvi retornar para terapia. Foi uma pausa saudável. Pude colocar em prática todas as ferramentas que aprendi nas seções, colhendo o que plantei.

Eu já estava pensando em voltar desde os primeiros meses de pandemia, onde fiquei isolado em casa apenas trabalhando e convivendo com a minha família. Senti falta de muitas coisas como interagir com amigos, conhecer gente nova e namorar, estar em muitos lugares que gostava de frequentar. Me senti um pouco mal, mas logo amenizava esse sentimento negativo com o fato de estar vivo. Quantas pessoas se foram, eu fiquei, os meus ficaram também. Só isso é motivo para ter gratidão. E a gratidão também é uma ferramenta terapêutica.

Ainda consigo sentir coisas e ao mesmo tempo me olhar de fora, como se fosse outra pessoa, julgando esses sentimentos. Hoje me peguei sentindo-me triste por ter uma conta de Instagram rejeitada para seguir uma pessoa que eu nem conheço, mas admirava e gostava de acompanhar. Olhando isso de fora, penso ser algo tão pequeno para justificar tamanho sentimento. Eu não queria ignorar isso, dizer que está tudo bem e desdenhar. 

Há muitas outras coisas que gostaria de falar para meu novo psicólogo. Não vou esconder nada, nem ao menos esconder que tenho vergonha de mim mesmo por dar peso a sentimentos de tristeza sem uma boa justificativa. Ali continuarei preocupado com o que o outro vai pensar, mas não vou esconder. Faço isso porque sou honesto com meus sentimentos, sendo honesto comigo. Não quero esconder nada de mim. Eu busco auto conhecimento, como a leitura de um manual de instruções da minha própria pessoa para que eu possa me usar da melhor forma possível, sem me danificar. Eu já falei que não tenho paciência de ler manuais? Pois é, mas não posso esperar que alguém leia, preciso fazer isso por mim. É uma ferramenta para melhorar minha auto-estima. 

Estava um pouco inseguro em começar tudo com um psicologo de plano de saúde que não conheço e tampouco tenho indicação. Só que resolvi seguir o meu próprio conselho, conselho esse que sempre dou para os meus amigos: tente, se não gostar tudo bem, mude. 

A primeira seção já está marcada para a próxima sexta-feira. Desejo sorte pra mim. Sorte de ter uma afinidade com a pessoa com quem irei abrir minhas intimidades, minha vida. 

Será que a vida gosta de me oferecer frustrações para que eu possa movimentá-la? 

13/02/2022

Post #28 - A recaída


Não, não vou relatar nenhuma recaída. Só achei que daria um bom título para essa postagem. Os planos e ações continuam correndo normalmente.

Tive uma crise de gastrite essa semana. O meu estômago é o meu calcanhar de Aquiles. Além de sofrer a dor do desconforto abdominal, ainda tenho que lidar com o fato de não estar livre de passar por isso mesmo depois da dieta que venho fazendo há 5 meses. 

Os meus hábitos alimentares nunca estiveram tão saudáveis. Agora tenho certeza que não foi comida que fez mal ao estomago, mas comprovei algo que já tinha desconfiança: "não comer me faz mal". 

Para ativar ainda mais a queima de gordura, atual objetivo, retirei o lanche da tarde. Não cheguei a passar fome e os resultados foram super positivos com relação a meta que estou quase atingindo. Só que realmente quando fico algumas horinhas em jejum, volto a ter sintomas de gastrite. Essa é a recaída.

Estou melhorando. Retomei a fazer o lanche saudável da tarde, não ficando tanto tempo de estomago vazio. Tenho tomado bastante chá natural que ajuda na digestão também.

Queria escrever sobre a minha frustração. Volta e meia ter que passar por esse desconforto. É algo que convivo há muitos anos e já estou bem cansado. Não aceito que esse problema não tenha uma solução definitiva. Não aceito ficar sofrendo com dores por dias. Além disso, não aceito conviver com o medo de sair de casa e passar mal, medo de fazer uma viagem, medo de comer na rua, etc. Enfim tantos medos que paralisam!

Que loucura é pensar que rola até o medo de comer algo diferente.

Se eu posso tirar algo positivo dessa experiência ruim, é ficar mais atento não somente ao que eu vou comer, mas na quantidade e dividir isso durante ao meu dia de modo que eu não fique de estomago vazio. E também aprendi a não vilanizar a comida como se ela fosse a única causa raiz possível para este problema. 

Aprendi mais uma coisa boa, no meio de algo ruim.