16/07/2015

Post #6 - A crítica e o estrago que ela faz

Um tema muito relevante pra auto-análise é o que eu poderia chamar de um dos grandes males da humanidade: a crítica negativa. Na verdade a crítica em si não é bem o grande mal, o problema é que deixamos a crítica entrar em nós. 

Por que damos tanta importância para a crítica? Por que damos tanta importância para o que os outros pensam sobre nós? Por que damos tanta importância para os outros?

Quando eu cito uma consciência de que a opinião negativa do outro não é um problema, mas sim receber essa avaliação como verdade absoluta, assumo que todos nós temos muita culpa no processo. Quer dizer que se sou alvo de julgamento então eu mereci ser julgado? Não, mas assumir essa responsabilidade é de extrema importância porque nos damos um poder. Com o poder de decisão, que força uma condenação do outro poderia ter em nossa vida?

Quando eu dou muita importância para o que os outros pensam sobre mim, dou muita importância para os outros e pouca importância para mim. O problema é colocar os outros sempre em primeiro lugar e se colocar em segundo lugar.

Por que eu faço isso? Por que eu coloco os outros em primeiro lugar? 

O fato de eu ter uma baixa auto-estima é toda a chave para entender porque sou aberto a crítica. No meu caso, a violência que eu sofri na minha adolescência fez com que eu crescesse retraído, fechado, inseguro e com complexo de inferioridade. Em algumas situações importantes da minha vida eu fui vítima de bullying. Isso fez com que eu me tornasse uma pessoa MUITO VULNERÁVEL a crítica. Em outro post mencionarei o bullying para não misturar os temas.

A cada nova experiência de vida fatalmente sofro o medo de não ser aceito novamente. Isso explica o fato de eu ser tímido. Eu sempre assumi ser tímido, sem ao menos saber o que era a timidez. 

No meu caso, inconscientemente adquiri um enorme desejo de agradar a todos. Esse desejo de agradar a todos é o desejo de ser aceito. Quem é aceito pelos outros, não sofre bullying e não é alvo de críticas. 

Como pude ser tão PRETENCIOSO? Se nem Jesus conseguiu agradar a todos, como eu poderia conseguir? (risos)

Se tornou um habito me cobrar para fazer tudo certo, nem percebo. Sinto na obrigação de sempre tomar as decisões corretas. No trabalho, sou perfeccionista. Se eu acerto, não vejo motivos para comemorar porque sinto que não fiz mais que a minha obrigação. Se eu falho, me crucifixo sem perceber. Auto punição é um mal sem tamanho, chega a refletir no corpo em forma de doenças.

Como conseguimos ser tão cruéis conosco?

Antes de contar uma história triste com um final feliz, quero dizer que eu não sou apenas uma vítima da situação. Eu sofro critica, mas critico os outros também. Quem não critica, não é mesmo? Uns julgam o outro pela frente, outros julgam pelas costas e outros julgam apenas em pensamento. A crítica é um mecanismo medíocre que usamos para que posamos nos sentir superiores aos outros. Quando criticamos alguém, nos sentimos superior a ele. Tem gente que é viciado nisso. Tem gente que vê defeito em todo mundo. Quanta insegurança! Existe um estudo que diz que desaprovamos no outro o que incomoda em nós mesmos. Faz todo o sentido, pois alguma razão muito forte deve existir para que determinados temas possam mexer tão profundamente em alguém a ponto de externar em forma de um julgamento negativo.

A crítica negativa geralmente é uma colocação com ódio e vem acompanhada de agressividade. Normalmente quem critica, esta atacando. Isso é algo que devemos prestar muita atenção. Se existe ódio na crítica, descarte-a na hora, pois provavelmente não é para o seu bem.


Como saber quando devemos dar crédito a uma crítica?

Essa pergunta é recorrente em todos nós porque comumente o julgamento vem de pessoas bem próximas, sendo família, amigos, colegas de trabalho, sendo grande parte delas pessoas que dizem gostar da gente. A primeira coisa que devemos fazer é investigar. Até que ponto faz sentido nessa opinião?

Eu sempre tento iniciar a investigação da seguinte forma - Por que o outro esta dando essa opinião? A maioria das pessoas não quer que tornamos uma pessoa melhor para nós mesmos, elas querem que nos tornamos uma pessoa melhor PARA ELAS. Eu já fiz isso sem perceber. Esse tipo de julgamento geralmente vem com uma colocação de ódio, ataque e agressividade. Partindo do princípio que ninguém tem que mudar pelo outro, logo ao se identificar que se trata desse caso, a crítica deve ser descartada.

A dúvida pode permanecer. O que fazer? Se a opinião veio desprovida de ódio e foi dada por uma pessoa que quer o nosso bem, nesse caso penso vale a pena parar para olhar para si mesmo - Como esta a nossa vida? O que não esta bem, TEM que mudar. E o movimento da mudança deve sempre partir de nós mesmos. Já o que esta bom, o que funciona bem, o que dá certo, não tem que mudar. Mudar somente pelo outro é sacrifício e todo o sacrifício será cobrado.

Num relacionamento amoroso, é comum a gente dizer - Não adianta, ele(a) nunca vai mudar. É mentira, viu? As pessoas mudam sim! Elas mudam o que ELAS QUEREM mudar. Como diz aquele velho ditado "Quem quer, dá um jeito, quem não quer, arranja uma desculpa".

Eu sinto dizer uma coisa, mas quando afirmamos que - Ninguém muda - na verdade o que estamos dizendo é que o outro não quer ser do jeito que a gente queria que ele fosse. Ponto. 

Se eu afirmei aqui que não temos que mudar por causa dos outros, logo ninguém tem que mudar por nossa causa também. Então isso significa que TEMOS que aceitar o outro como ele é? NÃO! Isso significa que temos que ser do jeito que somos, que temos que nos aceitar do jeito que somos, que temos que nos amar do jeito que somos e principalmente aceitar é que NINGUÉM obrigado a gostar da gente do jeito que somos, ninguém é obrigado a nos tratar bem.

Se não gostamos do jeito que somos, vamos mudar por nós mesmos.

A lei da vida é bem clara - Se nos aceitamos, somos aceitos. É isso que estou aprendendo. Preciso aceitar que talvez eu possa não ser aceito e tudo bem, mas me aceitando logo eu não preciso de aceitação de ninguém. 

Se colocar em primeiro lugar é se valorizar, não é se sentir melhor com os outros, não é ser egoísta e tampouco ser egocêntrico. Se colocar em primeiro lugar é SE RESPEITAR. Colocar o outro em segundo lugar, não é descarta-lo e nem fazer pouco dele. Colocar o outro em segundo lugar é fazer pelo outro somente aquilo que nós temos condições de fazer, sem nos sacrificar, sem nos desrespeitar.
O individuo que é molenga (aquele que não sabe dizer "Não", que é carente e tem medo de ficar sozinho, que quer ser aceito por todos a qualquer custo e não admite) vai rebater - Mas se eu não me sacrificar pelo outro, o outro não vai se sacrificar por mim.
Ninguém tem que se sacrificar por você!

Olha o "Tem Que" (Ver Post #3)

Enquanto houver vida, houverá críticas negativas, então o jeito é aprender a conviver com isso não dando importância.

Como jogar uma crítica negativa no lixo? 

Quando digo que tenho a responsabilidade, assumo que tenho o PODER de ignorar a avaliação negativa do outro, assumo que tenho o poder de não ficar triste com a rejeição do outro também. Nós já fazemos isso quando uma criança diz uma bobagem e falamos - Não liga, é apenas uma criança. Por que não podemos fazer o mesmo com um adulto?

Não temos a consciência do nosso poder pessoal. Quem tem a consciência do poder pessoal, tem sucesso no trabalho, no amor e nos outros pilares da vida. 

Prometo fazer a lição de casa e realizar este exercício de auto-valorização diariamente. Se eu quiser, eu consigo.

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